MALVADA SAUDADE
(Ester Farias de Oliveira)


Procuro outros tantos esconderijos.
Invento afazeres, criando perigos.
Rejeito pensamentos, espanto mitos.
Atendo os grilos, vivendo os delírios.

Abalada naqueles insanos lampejos,
Ignorando todos os óbvios desejos.
Aos lamentos invento os remanejos,
Negando sentidos, sentindo latejos.

Sigo na saudade de um amor distante.
Todas as minhas tentativas tão inúteis.
A malvada teimosa está sempre adiante.

Raios tão brilhantes, passados momentos.
Os sentimentos autênticos não são fúteis.
Restando a saudade com tantos tormentos.
 (efo)