Entre montes...o amor
Eram dois amores, apartados por dois montes
Por vezes, cansado de tarefa estafante
Deixava de vê-la, acumulando desejo
Ficava sem seu bem, desprezando o ensejo
Carregado de paixão, varava o alto relevo
Pisava indiferente nas pedras, nas fontes
Levava um soneto, do seu vasto acervo
Ele os pés, ela com o coração cessantes
No segundo monte, colhia e levava flores
Querendo perdão, multiplicava louvores
A ela, que por trás dos montes tanto esperara
Entre amores,distância medida em cordilheira
Levou a descobrir, quase que uma vida inteira
Que a negligência no amor...a saudade ampara