ESPIRAIS
Pudesse numa fonte cristalina,
Defronte ao arvoredo segredado,
Ouvir da melodia diamantina,
O fruto do solfejo consternado.
E ver que no reflexo flambado
Na nota borbulhante que me ensina
Os olhos a fulgir, eterizados
Nos braços da guitarra fescenina.
Ao ver-me no espelho desigual
À sombra que a máxima ensina:
"Sê luz, além do bem, além do mal".
Ouvia desse som, marfim do mar,
E templo das paisagens hialinas,
Na essência que fingi ignorar.