Anoitecer

Atrás das montanhas azuis do sertão,

O Sol, no horizonte, descamba indolente,

Quando a passarada faz terna canção,

De volta às dormidas, voando contente.

Ressoam os latidos, ao longe, dum cão

Que acossa, talvez, na estrada, valente,

Algum sertanejo, que dobra a atenção

E passa, cansado, a voltar do batente.

E tangem os balidos do gado ovelhum

E os fortes mugidos, também, do vacum,

Que deixam as pastagens e buscam os currais.

A gente se assenta, a prosar, na calçada.

A Lua desponta gentil, prateada,

Atrás dos coqueiros. A noite se faz.