Humano!
Tenho uma dor grande e que me entrega
Às portas do desespero. Tal é meu receio
Que descreio em quase tudo que eu creio,
E eu fico semelhante a uma pessoa cega.
Sinto então que a dor se torna meu meio,
Essa vida se torna uma equação sumária,
Assim convivo com essa situação diária:
Acordo, sofro, durmo. Vivo desse esteio!
A dor eu sei bem o que ela é por dentro,
É um misto de um grande anseio e falta,
Que me deixa perdido, vazio, sem centro...
E minha alma entristecida fica na ribalta,
Dançando insone pela madrugada adentro,
Sabedor de que na dor esta vida se exalta.