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SONETILHO DO PEÃO [483]
 


 Vaqueiro de brabos bois,
nas campinas do sertão,
pra cidade vim depois
montado num caminhão.
 
 
Pé n’estrada, agora dois:
fui soldado, sou peão.
Largado da farda, pois,
servente de construção.
 
 
Hoje, como boi ferrado,
rês do sertão desgarrada,
tão só assalariado...
 
 
Pelo êxodo tangido,
sou marrão de uma boiada
que berra e não faz sentido.

 

Fort., 18/02/2014.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 18/02/2014
Reeditado em 18/02/2014
Código do texto: T4695769
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