POSSÍVEL MISTÉRIO!

Gertrudes me persegue sempre à noite,

quando o vácuo da imensidão se irmana;

e a solidão, sintoma de quem não ama,

corrói-me a alma febril e muito afoite,

a baixar-me cruel, dorido açoite!

Às vezes, pelo dia vem, emana

gestos orgíacos, essa sacana,

a pluriamar desejos num acoite!

E, quais cenas oníricas, a dama,

em decúbito na liça da cama,

reviravolteando minha mente...

Como fumaça se esvai pelo etéreo,

Será Ela, esse possível mistério,

que este pobre poeta apenas sente?!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 18/02/2014
Reeditado em 18/02/2014
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