POSSÍVEL MISTÉRIO!
Gertrudes me persegue sempre à noite,
quando o vácuo da imensidão se irmana;
e a solidão, sintoma de quem não ama,
corrói-me a alma febril e muito afoite,
a baixar-me cruel, dorido açoite!
Às vezes, pelo dia vem, emana
gestos orgíacos, essa sacana,
a pluriamar desejos num acoite!
E, quais cenas oníricas, a dama,
em decúbito na liça da cama,
reviravolteando minha mente...
Como fumaça se esvai pelo etéreo,
Será Ela, esse possível mistério,
que este pobre poeta apenas sente?!