COMPOSIÇÂO


Sonhar-te puro, a alma de um menino,
querer-te amante em camas de motéis,
acreditar meu corpo um violino,
a executar as notas mais fiéis.

Compor contigo o inusitado hino,
dos teus cabelos, desmanchar anéis
a sussurrar, enquanto me afino,
encadeando a troca de papéis.

Alimentar o ardor em que te alças,
explodir sempre em busca do carinho,
que não contenha mais vergonhas falsas...

Vagar no templo das almas descalças
e perecer assim no torvelinho,
onde se dançam as eternas valsas.



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