ALEPH
Posso, nessa mão acarinhada
chamada de Razão ou sacrifício,
ousar compreender o precipício,
a substância da fé e o som do nada?
Tirar o julgamento da morada,
e ver tal qual se é, sem ter indício
qualquer que me desfira sobre o vício
de sempre me antepor à vista dada.
Tirar o Véu de Maya, observar
a onda do mistério revolvendo
as águas que nem Tales viu no Mar.
E nesse diluir meu ser-no-mundo,
deixasse a sensação de apenas sendo,
vivendo a vastidão do ser profundo.