O CEMITÉRIO

Morada do plebeu e do nababo
Filantropia dos vermes derradeira
O verniz social fez a ultima lixeira
Onde os títulos são votados ao menoscabo.

Corpos lindos em feridas purulentas
Jazem guardados em covas inteiriças
Guardiães de horrores e carniças
Sentinelas de essências odientas.

Corpos frios em jazigos de nobreza
Dejetos sem iguais da natureza
Onde alma se assombra do mistério.

Na partida tumular para o eterno
Em êxtases de céu, pânicos do inferno
Do tribunal imparcial do cemitério.

Autor _ Augusto dos Anjos.
Quem foi?_Poeta brasileiro de originalidade inegável, admirado pela critica e pelos leigos. É um pré-modernista de primeira mão e de inimitável talento.
Canalizador _ Nicodemus Silva.
A Lira dos Imortais e Augusto dos Anjos
Enviado por A Lira dos Imortais em 13/02/2014
Reeditado em 14/02/2014
Código do texto: T4690063
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