REVOLTA
Que rasgue este céu a tempestade
E trovões estremeçam este chão!
Que a chuva caia com muita vontade
E tudo se apague na escuridão...
Que o vento, num tropel pela cidade,
Acorde os que dormem de paixão
E às árvores retorçam sem piedade;
Que os rios transbordem em profusão...
Que a fúria enlouqueça os sete mares,
Que os ninhos se encharquem pelas águas,
Que as aves fujam loucas pelos ares
Que as águas se misturem ao meu pranto...
Que contraste esta paz e as minhas mágoas!
Que ironia tanto sol, se eu sofro tanto!