ANTIGO REI
De que te servem tanto ouro e brilhante prata,
Se não adormeces, rei ? Serás um tolo atroz ?
Como não vês o quão é livre o albatroz ?
Tens mais vivido sôfrego na casamata ?
E vê somente a beleza ! Como felizes
Ficaram todos pássaros, a voar no céu,
Quando brilhou nas árvores o sol ao léu,
E vê também as flores com tantas matizes
E sentirás que a pétala é bela e lisa,
E perfumada, bem mais que uma doce brisa...
Por que não queres toda natureza amar ?
Quando estiveres próximo ao gigante mar,
Aprende a ver a paz, e a tua ambição domar,
Ama teus simples súditos, neles não pisa !
(Victor A M Pinheiro)