REZANDO POR NINGUÉM
Odir Milanez
Numa tarde cinzenta, meio insossa,
a velha praça quase morta estava.
No chão de terra nua alguma poça
da chuva matutina repousava.
Num banco tosco, triste, linda moça
as contas de um rosário desfiava.
No rosto limpo, liso como louça,
uma lágrima langue deslizava!
Sentei-me dela junto e fui além,
perguntando por quem ela chorava.
Ela, quase sem voz: “Morro também!”
Levantou-se e se foi. Já longe estava
quando me vi rezando por ninguém.
Não sei por quem, chorando, alí rezava!...
JPessoa/PB
11.02.2014
oklima
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Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos de amor...