Doce encanto (IV)

Quando silente saio andando ao léu,
e alcanço o rio e vejo tantos peixes,
iluminados por luar, em feixes
que espelham  n’água o manto azul do céu,

eu sinto, dentro em mim, prazer profundo,
e sorvo, desta vida, o tom e o gosto,
que o orvalho de minh’alma vem-me ao rosto,
e escorre e caí no rio em um segundo.

Nas águas emendadas – rio e pranto –
nos seus espelhos, surgem, por encanto,
a buscar seus berçários, mais cardumes.

Pura poesia vê-se em cada canto:
luar de prata, feixes, peixes, lumes,
milhões de estrelas, lua, vagalumes..
 
Brasília, 6 de Janeiro de 2013.

Livro: REALEJO, pg.52
Escrito em 9 de setembro de 2013, Brasília DF

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/02/2014
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T4687560
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.