Nada

Nada

São tantos carros pra tão poucas estradas;

São muitas faces para tantas máscaras;

Muita viagem e tão pouco chão;

São muitas bocas pra tão pouco pão.

Foi muito risco pra pouca aventura;

Foi mais mentiras e tão poucas verdades;

Foi muita pompa e pouca humildade;

Muito dinheiro pra nenhuma cura.

Foi pouca coisa pra tanta frescura;

Foi mais frescura pra passar na cara;

Foi só mesquinhez e pobreza da alma.

Muita ganância, muita hipocrisia;

Vãs alegrias, reais amarguras;

Penúria e sombras nessa escura estrada.