PIRILAMPOS

Múltiplos violões, cantos, vozes celestes
Unidos numa angélica e doce sinfonia
Um arcanjo concretiza uma poesia
Pra além do tumulo, da campa agreste.

Um acorde divino, sacro, que pungia
Na alma dos cinamomos e dos ciprestes
Na missa do vaqueiro rude do nordeste
Gorjeios de sabiás, calhandras e cotovias.

Querubins consolam choroso rebento
Ah perfumes de flores pelo vento
Há um hino de aleluias pelos campos

Somos anjos, na verdade todos são
Todos os seres condenados à perfeição
Mais fulgentes do que são os pirilampos.

Autor : Cruz e Souza ( Guilherme da Cruz) , filho de negros alforriados. Poeta mais conhecido como o Cisne Negro. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil
.
A Lira dos Imortais e Cruz e Souza
Enviado por A Lira dos Imortais em 11/02/2014
Reeditado em 13/02/2014
Código do texto: T4686836
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