MEU CALO

MEU CALO

Há muito não sentia sua dor

Oprimir-me tenazmente como agora.

Oh! Como é pungente e desalentador

Este calo que me aflige toda hora!

Quisera extirpá-lo com todo horror

Da minha carne que tanto o deplora.

Quisera maltratá-lo com assaz rigor

Com o sapato, forçando-o pra fora.

Mas, como posso? Que desventura!

Pois cada vez que o forço, que tortura

Causa-me ao pé tão doloroso calo!

O que fazer, então, com tal maldito?

Não há nada que o tire, é inaudito!

Não há nada que lhe cause abalo!

David Mattos
Enviado por David Mattos em 10/02/2014
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