MEU CALO
MEU CALO
Há muito não sentia sua dor
Oprimir-me tenazmente como agora.
Oh! Como é pungente e desalentador
Este calo que me aflige toda hora!
Quisera extirpá-lo com todo horror
Da minha carne que tanto o deplora.
Quisera maltratá-lo com assaz rigor
Com o sapato, forçando-o pra fora.
Mas, como posso? Que desventura!
Pois cada vez que o forço, que tortura
Causa-me ao pé tão doloroso calo!
O que fazer, então, com tal maldito?
Não há nada que o tire, é inaudito!
Não há nada que lhe cause abalo!