A DERROTA
Arranco do solo, nas unhas, torrões
e lanço raivoso o valente revide,
contudo a ossatura vacila e os vilões
esmagam com pedras meu frágil envide.
Persisto e me aprumo bravio, teimoso
às muitas, ferozes pedradas que doem
e pesam-me o corpo em furor pavoroso;
meus ombros, joelhos e orgulhos se moem.
Injusta batalha de um só contra tantos...
E logo aparecem mais uns, não sei quantos...
Combato, resisto, revido, tudo arde.
Insisto, levanto-me, insistem, eu caio...
Insistem, levanto-me, insisto, recaio...
Desisto e me riscam na cara: Covarde!