SEDAS E LABAREDAS
A brisa corta o sol em leves tiras
que bailam mansamente pela rua;
no ameno da manhã, delícia atua,
tocando, no momento, suas liras...
A terra pena às brutas mordeduras
de quando o céu abaixa a tez sombria
golfando cristalina hemorragia
e crava, em triste instante, as garras duras...
Manhãs ensolaradas, tempestades,
girando escuridões e claridades,
realizam tempo afoito e insatisfeito...
Tal como à natureza, brandas sedas
se alternam com bravias labaredas
na vida de inconstâncias dentro ao peito.