SEDAS E LABAREDAS

A brisa corta o sol em leves tiras

que bailam mansamente pela rua;

no ameno da manhã, delícia atua,

tocando, no momento, suas liras...

A terra pena às brutas mordeduras

de quando o céu abaixa a tez sombria

golfando cristalina hemorragia

e crava, em triste instante, as garras duras...

Manhãs ensolaradas, tempestades,

girando escuridões e claridades,

realizam tempo afoito e insatisfeito...

Tal como à natureza, brandas sedas

se alternam com bravias labaredas

na vida de inconstâncias dentro ao peito.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 10/02/2014
Reeditado em 10/02/2014
Código do texto: T4685299
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