ILOGISMO
A saudade que sinto é de mim mesmo;
Do tangível e mais íntimo sentido,
De alguém que ‘inda não fui, do não vivido
Enlaçado aos meus nós, a sós, a esmo.
‘Inda que eu mude o tônico grafismo
E de outro silogismo convencido,
Dou-me por outro ser, por não ter tido
O senso insofismável do sofismo.
Este incerto sofisma me descobre
Um poeta plebeu de alma nobre,
Que me faz de refém do coração.
Entre a fé, a saudade e a descrença,
Premissas da razão que já não pensa,
Meu ilogismo és tu, decepção!
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A saudade que sinto é de mim mesmo;
Do tangível e mais íntimo sentido,
De alguém que ‘inda não fui, do não vivido
Enlaçado aos meus nós, a sós, a esmo.
‘Inda que eu mude o tônico grafismo
E de outro silogismo convencido,
Dou-me por outro ser, por não ter tido
O senso insofismável do sofismo.
Este incerto sofisma me descobre
Um poeta plebeu de alma nobre,
Que me faz de refém do coração.
Entre a fé, a saudade e a descrença,
Premissas da razão que já não pensa,
Meu ilogismo és tu, decepção!
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