Náufrago

Náufrago

(Soneto)

Para todos aceno em desespero,

Esperando que avistem meu trejeito.

Sou o sorriso, que oculta o mor despeito,

Por não reconhecerem o meu esmero!

A todos, sempre chamo em tom sincero

Querendo que secundem o meu peito;

Que está desfigurado e tão desfeito,

Por causa deste mundo azul severo!

Mas ninguém me vislumbra esta aflição

Nem o meu ulular agonizante.

Não há condescendência mais à mão!

A multidão, ignora o meu semblante…

Contornando-me, obstáculo, homem vão,

Como se não estivesse deles diante!

André Rodrigues 5/2/2014

Dom Poeta
Enviado por Dom Poeta em 07/02/2014
Código do texto: T4682009
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