Soneto escatológico.
Analisando-me, creio em meu momento
E sento, comigo e a sós, nesta privada
Ilimitadamente entregue ao nada
Nesta cagada, resíduo do meu sustento.
Meu pensamento viaja desatento
Intento-me a este trono sem ser Midas,
Unidas minhas pernas tomam assento...
Luto até na intimidade das privadas.
Testa suada e o tolete emperrado
O desgraçado engordou não quer sair
Pobre mamãe! Sofreu ao me parir...
Enfim pulou na água o desgraçado.
Aliviado, dou descarga e agora,
Limpo a bunda, subo a calça e vou-me embora.
JRPalácio