Pássaro ferido (2)

Lamento agora tudo que não disse,
desejos não vividos, só por zelos,
os beijos que não dei – pudor, tolice -
as flores que não pus nos meus cabelos;
 
o que não fiz, por medo ou por crendice,
ouvindo, da razão, milhões de apelos,
perdida nos abismos da mesmice,
nos fossos tão profundos dos modelos.
 
Pois é! Perdi mil chances, por pudores,
e mergulhei sozinha em minhas dores,
mas nada disso foi à toa, em vão.
 
Eu aprendi que devo ser mais forte,
mais forte do que a vida e a própria morte,
para voar nas asas da emoção.
 
Brasília, 05 de Fevereiro de 2014.

Livro: REALEJO, p. 46 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 05/02/2014
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T4679162
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