O que guardei
Sonhei por tanto tempo com tua vinda.
Desejos d'um moleque. Sim, talvez.
Mas quando a mãe falou, lembro da vez
Em que senti tudo o que sinto ainda.
O tempo que passa nunca nos blinda
Dos cravos e atritos, pois são leis
Que formam o que somos, e os porquês,
Mistérios d'uma vida que, já, finda.
Assim, quando parar para entender
- Se tarde, com os anjos já vou ter -,
Verás a verdade posta em teu peito:
Verás o paradoxo, e sê-lo-ei;
Verás que podes ser teu próprio rei;
Verás que te amei sempre do meu jeito.
Obs: soneto em homenagem a Guido, meu primeiro irmão mais novo.