SILÊNCIO DERRADEIRO
Odir Milanez
 
 
Sublima-se ao silêncio derradeiro...
Sequer o vento invade o seu sossego
tendente a ser total e por inteiro,
aos sentidos dos sons sem mais apego.
 
No útero dos humos o aconchego,
sem luz, sem voz, sem lágrimas, sem cheiro,
sem estorvo, sem cisma, sem pespego,
do desdém no desar do cativeiro.
 
A balbúrdia brutal, o burburinho
de bestiais bradantes, o berreiro
abafante dos sons de um ser sozinho.
 
Dos seus passos previsto o paradeiro,
um ser silente a sós, sem mais caminho,
sublima-se ao silêncio derradeiro...
 
 
JPessoa/PB,
04.02.2014
oklima

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Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos à vida...

 


(Seguindo o “silêncio primordial” do poeta Fernando Cunha Lima, com aplausos.)

Para ouvir a música, acesse:
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oklima
Enviado por oklima em 04/02/2014
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