DIANTE DA LUA

Uma noite, eu me lembro, era verão,

E a lua era bonita como quê,

E nós a contemplávamos então,

Ambos bobos de amor, eu e você.

Tem muito tempo, mas não foi em vão,

Aquela cena, como você vê,

Ficou gravada no meu coração,

E nos meus olhos hoje ainda se lê.

Sem a força talvez daquele instante,

Sem a chama febril de um moço amante,

Mas de um velho que ainda o amor cultua,

E que fica morrendo de saudade,

Ao recordar a sua mocidade

Toda vez que se vê diante da lua.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 04/02/2014
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