DIANTE DA LUA
Uma noite, eu me lembro, era verão,
E a lua era bonita como quê,
E nós a contemplávamos então,
Ambos bobos de amor, eu e você.
Tem muito tempo, mas não foi em vão,
Aquela cena, como você vê,
Ficou gravada no meu coração,
E nos meus olhos hoje ainda se lê.
Sem a força talvez daquele instante,
Sem a chama febril de um moço amante,
Mas de um velho que ainda o amor cultua,
E que fica morrendo de saudade,
Ao recordar a sua mocidade
Toda vez que se vê diante da lua.