Solidão
Edir Pina de Barros
 
Eu sou a solidão que te procura,
depois de tanto encanto, alumbramento,
e invado, pouco a pouco, o pensamento,
trazendo-te a saudade, dor, tristura.
 
Porém, eu venho livre de censura,
mais livre do que a brisa, do que o vento,
deixando-te sentir o teu momento,
no teu silêncio d’alma, que se amura.

Sou filha da ilusão e das quimeras,
e trago alguma dor em minha esteira,
que passa, como as lindas primaveras.
 
Pois é! Nem sempre sou gentil, deveras,
mas sou sincera, amiga e companheira.
e sempre estou contigo e tu me esperas.
 
Brasília, 3 de Fevereiro de 2014.

Versos alados, pg. 80


Em resposta a:
V I S I T A

Pedro Ornellas
 
Quando seus passos vêm subindo a escada,
por ser visita certa e costumeira,
ponho a poltrona perto da lareira

e deixo a porta apenas encostada.
 
Sempre pontual, constante e companheira,
vem me falar da vida já passada,
do tempo em que a ilusão era uma fada
que transformava a vida em brincadeira!
 
Às vezes é gentil e se faz boa...
Às vezes, rude, o peito me magoa,
às vezes me faz bem, às vezes não...
 
Mas a recebo sempre de bom grado
e ao despedir-se digo conformado:
- Sejas bem vinda sempre, Solidão!


 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 03/02/2014
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T4676464
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