Meu Mal
Se faz esta casa de lembranças de outrora
Os retratos nas paredes movimentam-se, falam
Me transportam no tempo àquelas boas horas
Que como sonhos surreais me embalam
Acordo amargurado e apático para a Realidade
Sinto que o doce ópio na minha boca. Amarga,
Bebo agora o fel das minhas lágrimas debalde
Tristes lembranças ferem meu peito e a saudade, alarma.
Quero do lado meu copo de vinho, o charuto aceso
Na frente o enigmático espelho, em que por ele me vejo
Por um longo tempo olho para o outro de mim...
O ópio me embriaga, a sanar a dor que não tem fim
Vejo olhos vagos, no profundo âmago do meu ser mergulhado
Lágrima, dum sabor indistinto. Ora amargo, ora salgado...
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