A IDEIA I
De quando em quando pisca em nossa mente,
Aquela ideia – pisca e não clareia,
Não abre como um sol, brilhantemente,
Nem suave e branda como a lua cheia.
Mas fica ali... e, renitentemente,
Nem apaga, nem brilha, bruxuleia,
Hesitante em se abrir, pisca somente,
Como o sangue a pulsar dentro da veia.
Mas só partindo a bolsa que a contém
Pode mostrar a luz que lhe convém
Aos contornos sutis de sua arte.
Contorce-se na mente – serpenteia!
E vai evoluindo – é luz que anseia!
E pisca e pulsa e força e tenta e parte.