Soneto do Barqueiro (Dor Eterna)
O que há do outro lado da margem (?)
Do lado de cá há almas para atravessar
O rio que corre aparentemente calmo
Que esconde seus perigos bem ao fundo
E vem, vem àquele encontro
Da noite sem fim o vento frio
Hálito cortante da dúvida (do medo)
O barqueiro funestamente rema
Murmúrios e rezas inúteis
Ninguém mais ouve as súplicas
O arrependimento tortura
A vida inteira em segundos...
E o barqueiro se aproxima
E o outro lado, a dor, eterna