CANSAÇO
Aqui, neste silêncio absoluto,
No leito solitário em que me deito,
Abraço-me ao lençol - ninho desfeito -,
Onde já não te vejo e nem te escuto.
É a campa mortuária no chão bruto,
A vibrar pelo impulso do meu peito,
Como da fonte o rio água no leito,
As lágrimas ardentes do meu luto.
Junto-me ao travesseiro num abraço,
Desperto-me de um sonho, no cansaço,
Como se esse prazer me dera a sorte.
Aqui ainda dorme quem te ama.
No quarto em que morreste; nesta cama,
Onde a sonhar contigo espera a morte.
_______
Ao amigo Gilson Nunes (32 anos), que há um ano perdeu a esposa Karine. - Este soneto hoje, após a missa emocionante.
Link> ouça
http://www.youtube.com/watch?v=9vFC9JdIy2k
Com Ana Moura
http://www.youtube.com/watch?v=eUQp-kyqg1w
Aqui, neste silêncio absoluto,
No leito solitário em que me deito,
Abraço-me ao lençol - ninho desfeito -,
Onde já não te vejo e nem te escuto.
É a campa mortuária no chão bruto,
A vibrar pelo impulso do meu peito,
Como da fonte o rio água no leito,
As lágrimas ardentes do meu luto.
Junto-me ao travesseiro num abraço,
Desperto-me de um sonho, no cansaço,
Como se esse prazer me dera a sorte.
Aqui ainda dorme quem te ama.
No quarto em que morreste; nesta cama,
Onde a sonhar contigo espera a morte.
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Ao amigo Gilson Nunes (32 anos), que há um ano perdeu a esposa Karine. - Este soneto hoje, após a missa emocionante.
Link> ouça
http://www.youtube.com/watch?v=9vFC9JdIy2k
Com Ana Moura
http://www.youtube.com/watch?v=eUQp-kyqg1w