Soneto de um mal-amado

É tão profunda a solidão na qual me encontro

Que já invejo a felicidade alheia

Dentro de mim há um eternal confronto

Entre o amor e a ilusão que me golpeia.

Sinto-me porém, um bem-aventurado

Por ter ao menos o direito a ilusão

Contemplo a dádiva de ser um mal-amado

Por sofrer, mas ainda ter uma paixão

Meu coração já foi há muito golpeado

E como queria que estivesse já curado

Gozando a essência de um amor aventureiro

Porém sua indiferença, tornou-o derrotado

E mesmo asim, ele segue inabalado

Já que sofrer tornou-se fato corriqueiro.