As coisas irão melhorar.

Nem um pio sequer darei mais

Pois já não me apraz fazer soneto

Vou rasgar os folhetos, que ademais,

Fiz demais. Dinheiro? De nenhum jeito.

É esqueleto sem carne, desisto!

Nunca mais insisto nessa rima

Não vi clima, ficarei longe disto

Isto posto, vou de brega pra cima.

Farei letra pra chifrudo sertanejo,

Pois almejo ganhar dinheiro à beça

Não interessa que falem, já antevejo

O desejo do povão e tenho pressa.

É essa a nova onda pro sucesso.

A outra é ser ladrão lá no congresso.

JRPalácio

Obrigado Aninha pela interação.

Coisa que no mundo, sempre foi sabido

Que nunca é rentável, não atrai ninguém

É a poesia, um gosto descabido

Só ouro de um tolo... Não vale vintém!

Quem dela embriaga, dorme em seu harém

Dinheiro não viu, viveu da libido.

Do feitiço amaro, se desprende quem?

E se cai em si; já o céu perdido.

Sem moeda e nada que abone a lida

Se verá o ser, por ela agarrado

Contra as intempéries, só, despreparado.

Se aos seus encantos, se encontrar... Coitado!

Estará cotado no final da vida

Para ser lembrado como suicida!

Ana Maria Gazzaneo

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 28/01/2014
Reeditado em 18/03/2014
Código do texto: T4668761
Classificação de conteúdo: seguro