As coisas irão melhorar.
Nem um pio sequer darei mais
Pois já não me apraz fazer soneto
Vou rasgar os folhetos, que ademais,
Fiz demais. Dinheiro? De nenhum jeito.
É esqueleto sem carne, desisto!
Nunca mais insisto nessa rima
Não vi clima, ficarei longe disto
Isto posto, vou de brega pra cima.
Farei letra pra chifrudo sertanejo,
Pois almejo ganhar dinheiro à beça
Não interessa que falem, já antevejo
O desejo do povão e tenho pressa.
É essa a nova onda pro sucesso.
A outra é ser ladrão lá no congresso.
JRPalácio
Obrigado Aninha pela interação.
Coisa que no mundo, sempre foi sabido
Que nunca é rentável, não atrai ninguém
É a poesia, um gosto descabido
Só ouro de um tolo... Não vale vintém!
Quem dela embriaga, dorme em seu harém
Dinheiro não viu, viveu da libido.
Do feitiço amaro, se desprende quem?
E se cai em si; já o céu perdido.
Sem moeda e nada que abone a lida
Se verá o ser, por ela agarrado
Contra as intempéries, só, despreparado.
Se aos seus encantos, se encontrar... Coitado!
Estará cotado no final da vida
Para ser lembrado como suicida!
Ana Maria Gazzaneo