Sonhando alto.

Estou desprotegido de argumento

Tento um verso que sai fraco, sem valor,

Incolor, sem intento, cata-vento,

Espera um vento pra dizer que já voou.

Gorou, vou tratando-o sem unguento

Segue lento, meu compasso se quebrou,

Não voltou nenhuma ideia e no momento

Só me sento, a inspiração não decolou.

Estou feito u'a aranha presa à teia,

Feito meia sem sapato, não caminho,

Pego o pinho e a letra sai tão feia

O dia não está pra verso. Estou sozinho!

Me jogo no sofá e tiro um sono,

Sonho que entre dez poetas sou o nono.

JRPalácio

Valeu, Aninha, pela bela interação.

Choramingo do poeta não me afeta...

Exegeta, joga isca, mas jeitoso!

Cada rima foi limada por esteta...

Não me atrevo a julgamento indecoroso.

Veja bem a artimanha desse asceta

Nunca ouse sentir pena se animoso

Sua fala denunciar uma careta

Na verdade ele só brinca de ansioso.

Se conheço esse danado, ri da gente

Sabe bem que se esconde no poema.

Prova a obra, que é prima, até no tema...

Marinheiro o mar domina com a pena

Faz só onda, pois da letra é bel regente...

Ovaciono, com certeza esse eminente.

Ana Maria Gazzaneo

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 27/01/2014
Reeditado em 18/07/2014
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