O BÊBADO
Por entre dez garrafas de conhaque
chupadas no gargalo até o final,
rasgado feito presa após o ataque
sangrento de um famélico animal...
Esfumam-se lembranças do combate
da noite anterior, nalgum balcão
de bar, bebendo o próprio disparate
de sua vida escarro à escuridão...
E luzes, vozes, caras misturadas
fervilham na cabeça em badaladas,
se embolam, se entrançando ao novo porre.
Até que finalmente cai vencido,
de brio, de sentido e sins despido;
e por mais uma vez, desaba e morre.