Ao vento
Entrego-me livre aos braços dos ventos
Singro pela vida flanando ao relento
Balouço nas ondas pelo mundo afora
Preso à liberdade que em mim se ancora
Leve, eu velejo pelos mares adentro
Assisto e contemplo o crepúsculo e a aurora
Arfante, o meu peito, de amores sedento
Me faz ser maior que o mar que me devora
Avante mais milhas me levem ao ermo
Embora sozinho e em boa companhia
Tenho autonomia pro tudo, nada ou meio-termo
E viajando solto nas asas do tempo
Desprezo a ampulheta a marcar minhas horas
E faço do agora o mais nobre e opulento