A alma: mar e tempestade...
O mar semelhava a tempestade que semelhava o mar,
As ondas flamejavam com os raios num oceano gelado,
Um poeta cantava os tormentos dos marinheiros a navegar
Debaixo de um Céu que chorava qual poeta desamado…
Havia o canto das sereias que gritavam os horrores do amor
E a lembrança de poetas dantescos e antigos, com vozes
De Homero, Hesíodo e Fernando Pessoa a expressar a dor,
Mas a eterna solidão, a paixão desassossegada, ali nos mares…
Era o sofrimento dos pescadores de mensagens corriqueiras
Que o vento levava qual Hermes a levar a mensagem
Que Eros usava para provocar os amantes apaixonados…
No entanto, a luz do Sol mostrava o verso e as mulheres parideiras
Que o canto de um finado molhou no ar e deixou uma chantagem:
Que nenhum poeta sofra sem amar, e, amando, seja amado...