CONDENADO A SER DE AMOR TEU RÉU
Tu que da tua boca me dizias não,
E eu que te acreditava no que me dizias,
Mas vim a conhecer amor do coração
Teu, e vi que dizias-me o que não sentias!
E tu pensando sempre na voz da razão,
Mais me negavas minhas flores e alegrias,
E assim de cara austera tiravas-me a mão,
Que te dava carinho em tuas noites frias.
Eu que tudo fazia para te agradar,
Que mais me poderias querer meu amor?
Meu sentimento era como o sol do céu,
Que nem a terra já podia, nem o mar,
Ser maior que o tamanho amor a desfavor
Só de mim condenado a ser de amor teu réu.
Ângelo Augusto