Poupe-me
Poupe-me
Poupe-me das marés de respostas vagas e já vencidas,
de perguntas ignoradas, de meias-palavras já perdidas,
das lembranças dos dias não vividos e já expirados,
das cobranças, das vontades mortas e já falidas.
Poupe-me em impor-me a uma dor que já não sinto,
de insistir num amor carcomido e em mim já extinto,
das truculentas sentenças objurgatórias por culpas,
das desculpas esfarrapadas e dos diálogos sucintos.
Poupe-me da mornidão que inflama e em teu peito habita,
do vômito ácido das doces palavras que antes foram ditas
das chances malditas que cedo soçobram em soluços e lágrimas.
Poupe-me do engano e dos desenganos, oceanos de mágoas,
dos mares de incertezas e mentiras nunca dantes elucidadas;
Poupe-me das marés de respostas vagas e já vencidas.
Beto Acioli
19/01/2014