A EPIFANIA DA CRISE
“SOS ELEIÇÕES”
Diante das Tribunas os proponentes actores
Ensaiam mil receitas milagreiras
Tentando demonstrar que não haverá dissabores
Malgrado os vis espinhos das roseiras.
Exibem cada dia os sinais anunciadores
Que as próprias nuvens voam passageiras
Estruturando eventos com palcos sonhadores
Com promessas de fartas algibeiras.
Todavia, saindo das Tribunas para a rua,
Vê-se por todo o lado a paisagem nua e crua
Das feridas sangrentas da Nação…
E agora? Vai-se a Crise (?), … ficam os espinhos
No labirinto triste da poeira dos caminhos
E a própria esperança esvai-se na “emigração”.
A estrela dos Maiorais, essa, há muito não cintila,
Num brilho baço e frouxo que já não destila
Por débito de luz e excesso d´ ambição.
De quem serão os braços e as bocas a bradar?
A injustiça e a fome reinam sem lei nem pão
E nenhum gesto à vista para as matar!
Frassino Machado
In ODISSEIA DA ALMA