A Um Pária

És o menor dentre os homens,

Vítima de mesquinhos critérios,

Subserviente perante os sérios

E te lamentas pelo que não tens.

És o Lázaro das ruas,

A andar mendigando o pão;

O teu repouso se faz no chão,

Pelo que te surgem feridas cruas.

O pesar que te atormenta

Não é pouco e nada afugenta

A tua falta de sorte.

Mas um dia esse inferno

Findará, no seio do Pai Eterno,

Quando te sobrevir a morte!