SONETO DA REVOLTA.
Folhas que valsam no vento outonal,
o tenro chão batido a faz elegia,
serás um colchão para brisa matinal,
onde repousa toda minha nostalgia.
Oh meu ipê desnudo e impoluto,
como doi ver a alma dos teus galhos,
revolto-me com o outono saxéo e astuto,
no íntimo de meu coração só retalhos.
Vamos abraçados retrucar o criador,
desta ululante estação cruel e umbrosa,
nosso grito ecoara como gigante desafiador.
Que o universo ouvirá o nosso grito,
e esvairá essa minha imaginação brumosa,
a calma de vossa queda causou este agito.