ARAME FARPADO

Assim de repente...eu também percebi...

Que as notas florais daquele perfume

Com o qual nos untamos , no tenaz azedume

Do tempo apressado ... igualmente as perdi!

Assim de repente ...eu também desisti

Do absinto com o qual nos sorvemos um dia...

Me rendi à saudade e à cruel nostalgia

Quando delas julguei...estar livre em ti!

Um sonho em falso...no concreto do asfalto.

Um triste lamento...lançado ao vento!

E os resquícios florais jazem à beira da estrada

De terra vermelha...toda enevoada...

E a fugaz sedução...desse tênue perfume...

Esvaece açoitada... entre a cerca farpada.

SP,01/06/06