A contemplação passageira
O espaço infinito beirava o abismo onde fitava o Céu
E as aves pairavam espelhadas semelhando o olhar
Da infinita beldade que entreolhei debaixo do véu
De um vidro que a escondia por um espelhar o mar...
Assim, a verdade escondida pela beleza parecia chorar
Com o mimo da realidade a desejar o bem supremo,
Mas o mal espreitava e as decepções surgiam a chatear
A musa que cingia-me o sacramento de vivente ao menos...
Porém, a vida parecia fugir de suas mãos que desejavam
A ponderação sobre a dívida não paga com a poesia
Que a tornava mais bela e muito mais bem amada...
Então o amor tocou o coração da sereia que muitos homens amavam,
Mas um coração vacilava e pensava: Será verdade ou fantasia?
E o choro e o olhar diziam-me que se ia e não mais voltava...