Lua triste

Não falarei da lua, que anda triste
a carregar seus véus e seus turbantes,
escurecendo a terra, os seus quadrantes,
(sequer um raio argênteo agora existe).

A lua já não é a mesma de antes,
aquela que, entre estrelas, nua viste,
demais airosa, sua luz em riste
a iluminar as águas murmurantes.

A lua se velou, vestiu seus mantos,
e, embora ainda guarde seus encantos,
encorujou no breu, que a tudo enlaça.

Oh! Lua! Lua mostra-nos seu rosto!
Quem sabe passará o seu desgosto,
porque no mundo tudo acaba, passa.

Brasília, 21 de Janeiro de 2014.
 

Livro: REALEJO, pg. 101
Sonetos selecionados, pg. 50

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 21/01/2014
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T4658072
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