O soneto de um canalha.

Não vês que o tempo -o inevitável-

Nos obrigará a rumos diferentes?

Tentarei fingir ser um inabalável

Para não parecer igual a essa gente.

Não vês que sou apenas um andarilho

Tentando estancar o sangue do passado?

Invento desculpas -é meu estribilho-

Pois sei que o apego é um aço afiado.

Tu sabes que o nosso tempo, logo acabará.

Tudo muda, mas, por que muda, tu não ficaste?

Só me ame se não tens medo de se machucar.

Sou um escravo da minha luxúria, Não Vês?

Eu partirei, partindo o seu miocárdio,

Partirei. minha luxúria, ganhará mais uma vez.