Soneto Oriental
A madrugada é uma meretriz traiçoeira,
Açoita o homem que divaga sombrio,
A eternidade num minuto : Batem três e meia.
Sua indiferença, Arthemis, torna-me frio.
A narco-materialização da minha dor à mesa,
Teus traços, doutro hemisfério, em minha mente,
Minha lótus, me equilibro em ti, torno-te minha casa.
Entorpecido, choro, minha religião é você, estou crente !
Desejo-te perto de mim, como um suspiro de vida,
Há muito não vivo, mas espero por ti,
Do páramo do amor, do sótão de si, um suicida.
Brincando de amar até a última aurora,
Minha Afrodite, minha revolução sentimental.
Para o notívago, o amor não é somente uma trova.