Tormento

Mesmo que em meus olhos cresça um rio,

meu olhar seja tal um raio mortal e frio,

e meu corpo se torça de dor, se enrole e se debata,

tal animal preso , acorrentado na densa mata.

Mesmo que em meus lábios, cresçam gritos mudos, aos molhos,

por não provarem mais o beijo dos teus olhos

e de meu coração se esvaia lentamente sua rubra cor,

não deixarei partir a recordação deste amor

Mesmo que, minha alma, ao viver alucinada e atormentada,

(por sentir-se só e abandonada…) não volte a ser (por ti) acarinhada…

E meus lamentos, não encontrem (em teu peito) conforto…

Mesmo que meu sorriso seja para sempre amaldiçoado…

Que encontre minha alma então a paz, tão desejada…

Quando partir deste meu corpo, então morto

Fátima Rodrigues