O Deslizar Suave do Tempo

O deslizar suave do tempo

como a água das chuvas,

arrasta outeiro abaixo

lamacentas correntezas.

De resto fica um peito

repleto de espaço inocupado,

morada de amores inadimplentes. Por recusa de pagamento

receberam ordens de despejos.

No seu interior ainda existe

vestígios dos amores despejados.

O coração senhorio

vez em quando é consultado

sobre uma nova locação.

Existe um novo prazo

regido pela lei do amor

para, se de novo

o nosso peito for alugado.

Necessário se faz

curar a ferida deixada,

que só o remédio do tempo

pode nos assegurar,

se já está cicatrizada.

Fim

Filêto
Enviado por Filêto em 19/01/2014
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