Poupe-me
Poupe-me
Poupe-me das marés de respostas vagas e já vencidas,
das perguntas ignoradas, das meias-palavras já perdidas,
das lembranças dos tempos idos e já expirados,
das cobranças, das vontades mortas e já falidas.
Poupe-me em impor-me uma dor que não mais sinto,
de insistir num amor carcomido e em mim quase extinto,
das truculentas sentenças objurgatórias por culpas,
das desculpas esfarrapadas e dos diálogos sucintos.
Poupe-me da mornidão indiferente que em teu peito habita,
do vômito azedo das doces palavras que antes foram ditas
e das malditas chances naufragadas em soluços e lágrimas.
Poupe-me dos desenganos e dos oceanos de mágoas,
dos mares de incertezas e mentiras nunca dantes elucidadas;
Poupe-me das marés de respostas vagas e já vencidas.
Beto Acioli
18/01/2014